quarta-feira, 13 de julho de 2011

As madeleines de Proust


Foi Marcel Proust quem as imortalizou no seu livro Em busca do tempo perdido associando as madeleines a emoções do passado. Quem não tem um prato ou um quitute que o remete instantaneamente a um tempo que passou? Pra mim sempre serão a gemada e o virado de ovo que eu e minha irmã fazíamos nas tardes que ficávamos sozinhas, depois da escola.
Confesso que a receita não é minha - tirei daqui http://technicolorkitchen.blogspot.com/2008/04/taste-of-yellow-madeleines-de-laranja-e.html -, mas fiz várias modificações, adicionando ingredientes que eu tinha em mãos. E elas acabaram transformando-se em madeleines de limão cravo e mel. Anota aí:

Ingredientes
1 xícara - 140 g - de farinha de trigo
1 colher - chá - de fermento
suco de dois limões cravo pequenos (aqueles bem laranjinhas)
5 ovos levemente batidos
1 xícara - 200 g - de açúcar
1 colher - sopa - de açúcar mascavo
113 g (já falei e reforço aqui, confeitaria é precisão) de manteiga derretida e fria
1/2 colher - sopa - de mel

Coberturinha
1 xícara - 150 g - de açúcar de confeiteiro
1/4 xíc. - 60 ml - de suco de limão cravo

Preparo
Unte as formas próprias para madeleine.
Misture os ovos e os açúcares. Coloque delicadamente os ingredientes secos, misturando debaixo para cima. Acrescente o suco, a manteiga e o mel e mexa até incorporar bem. Cubra com filme plástico e leve à geladeira por 30 minutos.
Neste meio tempo, pré-aqueça o forno.
Coloque um colher de massa em cada buraquinho da forma de madeleine e asse por cerca de 10 minutos a 220º. Desenforme e deixe esfriar.

Para a cobertura, misture o açúcar e o suco e molhe um lado de cada madeleine (eu molhei o lado enrugadinho). Deixe secar e sirva. Fica ótimo com um cafezinho ou chá.

Um comentário:

  1. Curiosamente, hoje escrevi reminiscências a partir de uma antiga foto familiar e mencionei as “madeleines”. Resolvi pesquisar a receita e deparei-me com teu blog. Aproveito e partilho este texto contigo:

    Neste tempo, ainda no colo, sem saber nada do que viria ou deixaria de vir…
    Apenas afeto reinava naquele lar – sorrisos, certezas, sonhos
    Aos poucos, aos trancos, aos revides
    lábios cerraram, desconfianças se implantaram, quimeras esvaneceram
    Resta-me hoje saber que poderia ter sido bom
    se não abrissem o baú de segredos mal-guardados
    Hoje, tomo chá de jasmim, mas sem as madeleines proustianas.

    Gilberto Gouma

    ResponderExcluir